COLUNA WENSE, SEGUNDA, 8 DE MAIO DE 2024.
*AS EMOÇÕES DA SUCESSÃO DE ITABUNA*
A verdade, sem fazer arrodeios, indo direto ao assunto, é que a situação do prefeito Augusto Castro (PSD) e do ex-alcaide Geraldo Simões (PT), no tocante à sucessão de 2024, é bem parecida.
Eles vivem o mesmo dilema : o preocupante índice de rejeição apontado em todas as pesquisas, sejam elas realizadas pelos governos estadual e municipal ou por algum dos pré-candidatos a prefeito de Itabuna.
Na hora da onça beber água, lá no ano eleitoral de 2024, o conselho político do governador Jerônimo Rodrigues, formado pelos presidentes estaduais das agremiações partidárias da base aliada, vai ser pragmático, decidindo pelo apoio a quem tiver mais chances de derrotar o candidato de ACM Neto (União Brasil).
Mas não basta só diminuir a rejeição. É preciso que ela venha acompanhada de uma melhora nas intenções de voto. Esses dois pontos são imprescindíveis para que o conselho político se posicione sobre o processo sucessório de Itabuna, mais especificamente em relação a Augusto Castro e Geraldo Simões, que buscam, respectivamente, à reeleição e o terceiro mandato.
O argumento de que tal candidato é o mais forte para derrotar o candidato do netismo deve ser usado pelo conselho político junto a federação composta pelo PT/PCdoB/PV ou ao comando nacional do Partido dos Trabalhadores, caso resolva interferir a favor de candidatura própria representando esse trio partidário.
Salta aos olhos, que não precisam ser do mesmo tamanho dos da coruja, que o PCdoB e PV vão seguir a orientação do chefe do Palácio de Ondina. Os comunistas não vão querer perder seus espaços no governo. Os verdes estão negociando os cargos com o governador.
Quem está de olho nesse pega-pega entre o PT de Geraldo Simões e o PT que quer apoiar o segundo mandato de Augusto Castro, é o deputado estadual e prefeiturável Fabrício Pancadinha (Solidariedade). O raciocínio do parlamentar gira em torno de uma eventual polarização entre ele e Augusto. Pancadinha acha que os descontentes do PT geraldista pode votar nele para evitar o segundo mandato do chefe do Executivo. Uma espécie de "voto útil" silencioso.
E por falar em Pancadinha, que tem uma frente confortável em relação ao segundo colocado nas pesquisas, caso não consiga uma coligação que lhe proporcione um bom tempo no horário eleitoral e também um dinheiro do fundo eleitoral, terá que ir atrás de outro abrigo partidário. O União Brasil, que tem ACM Neto como secretário nacional, é uma boa opção.
O que pode ser dado como certo, sem nenhum resquício de dúvida, é que a sucessão de 2024 promete muitas emoções, o que faz lembrar a música do rei Roberto Carlos. Obviamente que não no sentido romântico.
*PS -* O processo sucessório tem suas "ondas". Elas desaparecem para sempre, podem voltar com a mesma intensidade ou como uma marola. A "onda" agora é o engenheiro Chico França, prefeiturável do PL.