Fugir do rótulo de ser lulista ou bolsonarista. Esse é o grande desafio dos prefeituráveis na disputa pelo comando do Poder Executivo municipal.
O candidato vai precisar dos votos de todos, de quem ainda acredita que o ex-presidente é um "mito", que Michelle Bolsonaro é uma santa ou que Lula não sabia do que estava acontecendo no seu então governo, mais especificamente em relação ao escândalo do mensalão.
Na sucessão de Itabuna, Geraldo Simões, o pré-candidato do PT, e o engenheiro Chico França, do PL, são os alvos preferidos dos adversários para serem taxados de lulista e bolsonarista.
O fato de pertencerem a mesma legenda do atual chefe do Palácio do Planalto e do ex-morador mais ilustre do Alvorada faz com que o ceplaqueano e o engenheiro civil protagonizem a discussão.
O ex-gestor de Itabuna, por duas vezes, não tem como fugir que é mesmo lulista. Com efeito, Geraldo nunca tergiversou no seu posicionamento ideológico. Tem uma trajetória pública marcada pela coerência política.
No tocante a Chico França, estão dizendo que é "o candidato de Bolsonaro". Ser do mesmo partido de um líder político não implica que seja o preferido dele na disputa pela prefeitura.
Veja, caro e atento leitor, o exemplo bem tupiniquim de Itabuna. Geraldo não sabe como vai se comportar o governador Jerônimo Rodrigues, seu companheiro de legenda, no pleito sucessório. E muito menos Rui Costa, ministro da Casa Civil do governo Lula 3.
A imbecilidade é pensar que quem é do campo da direita é compulsoriamente bolsonarista. E quem é ideologicamente de esquerda é lulista, como se não tivesse outro caminho para seguir.
Surtirá efeito essa rotulação no pleito municipal ? Acho que não. A maioria esmagadora do eleitorado está focada nos problemas da cidade. Quer saber do candidato como vai resolvê-los caso seja eleito.
Terá pouca influência no resultado do pleito de 2024, o fato de ser bolsonarista, lulista, esquerda, direita, antipetista, antibolsonarista ou qualquer outro viés ideológico.
Vai crescer nas pesquisas de intenções de voto quem se mostrar preocupado com o saneamento básico, a educação, saúde, transporte coletivo, o gravíssimo problema da água, o desemprego e etc. Mas não basta só a preocupação. É preciso apontar soluções.
O prefeiturável que se enveredar pelo desaconselhável caminho do radicalismo, sendo intransigente com os questionamentos, vai atirar no próprio pé.
Tags
Coluna Marcos Wense